Desde pequena meus
pais sempre levam eu e a minha irmã à livraria.
Para gente é sempre
um lugar mágico, cheio de coisas novas e muitas descobertas...
Lembro de uma vez
que fomos para a Livraria Cultura logo depois da aula. Já havíamos almoçado e
mamãe precisava de um livro e lá fomos às três para o paraíso!
Estava tudo
tranquilo, eu escolhi o livro que eu queria ler, a minha mãe o dela e a minha irmã Clara
também.
Já havíamos ficado
um tempão lá quando resolvemos pagar os livros e ir para casa.
Estávamos todas
no caixa e pagando os livros quando a mamãe olhou para o lado e apenas eu
estava ali...
Mamãe me perguntou
se eu estava vendo a Clara, e como eu não sabia onde ela estava, a mamãe logo
correu ao segurança para avisar que a Clara não estava conosco e que precisavam fechar as saídas da loja! E eu, grudada em sua mão, estava desesperada e minha mãe
agia naturalmente como se tudo fosse normal...
Depois do segurança, ela foi até
um balcão para avisar que ela estava procurando uma criança como o uniforme da
escola tal, pequena e de cabelo curto...
Minha mãe estava
preocupada eu sabia, mas eu não entendia como ela podia estar calma...
Eu por outro lado,
dos altos dos meus sete anos, estava desesperada...
Minha única irmã!
Como assim? Onde? Onde ela foi parar?
Será que pegaram
minha irmãzinha?
Será que vou perde
minha mãe também e ficar sozinha?
Eu chorava e minha
mãe me dizia " calma filha, a Clara já vai aparecer!"
Os minutos
pareceriam séculos... Mas no mezanino, um senhor sorridente apontava para as
escadas onde a Clara descia com um vendedor, toda saltitante...
Eu corri para
abraçá-la... Como ela é querida... Que bom que ela apareceu...
O vendedor disse
para a mamãe que a Clara pegou em sua mão e disse seu nome e que era filha da
Luiza, que estava de bolsa azul e calça jeans!
Que boa memória tem
minha irmã... o vendedor a elogiou... as pessoas sorriram conosco e eu voltei a
respirar!